A BIOETICA E A RELIGIÃO

POR: Teo. Méd. Manoel Roberto Abrão
Bioética para quem? Procedente de quem? e de onde? São as perguntas primárias para se posicionar uma discussão a tão grande assunto. Uma bioética para agora e para o futuro das gerações, discutida por quem se preocupa com a visão do ser humano como um todo e com sua vida em todos os aspectos. Em tão multicultural diversidade seria justo uma base religiosa para fundamentar a moralidade de um planeta, já que a abordagem geralmente e integral quando se vislumbra um problema concreto como a preservação ambiental? Mas sem essa premissa religiosa não ficaria o homus religiousus sem uma das suas mais inerentes particularidades universais?
Um estado laico, isto é sem a cobertura e proteção da religião, seja ela qual for, deixa ao homem apenas a sua razão e conhecimento para formularem definições que agem em todo o aspecto de convivência e de postura diante de si e do seu semelhante, diante dos outros seres e diante do seu planeta mater. Mas a religião também pode colaborar em vários sentidos assim como pode influenciar negativamente na dependência de quem assume os cargos mais altos de uma religião e de quem tem o poder de decisão sobre ser ou não uma vontade divina sobre algum aspecto da bioética.
Se, sem religião o homem esta só para tomar suas decisões, com a religião ele estará ao menos com uma boa desculpa caso algo não dê certo ou venha a falhar. A religião não pode limitar a ciência, mas pode ao menos lhe por avisos de alerta no caminho traçado, já que aborda um dos aspectos do próprio homem. Com a religião, a bioética pode se sujeitar a dogmas e sem ela pode caminhar ao desconhecido total e nem imaginário. Como uma nave a ser lançada com direção e objetivo ou a vagar pelo espaço na procura de algo.
Por ser o homem um ser religioso, automaticamente a implicação da mesma em suas decisões , se não para definir os rumos de sua bioética, será ao menos para lembrá-lo, de quem ele é de fato e o que lhe traz mais segurança, quando se aborda o termo humanidade. Será sempre um risco mas que deve ser abordado , analisado e absorvido, em qualquer planejamento de qualquer matéria, a mescla bioética e religiosidade. É o risco merecido e irrefutável, sob a pena de se perder a identidade se não o fizer.

Campo Grande, setembro de 2010.